Foto de divulgação, Lady Wilma 2014.
Olá caros leitores,
Este post trata-se da coreografia de tribal fusion e ballet intitulada O Cisne Negro, elaborada por mim (Lady Wilma) e a bailarina, coreógrada e professora de dança do ventre Monique Thompson. Aqui você leitor, poderá entender do que se trata a coreografia, quais o elementos usados para representá-la, composição coreográfica e figurino.
Para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de ver nossa coreografia, pode assistir o vídeo aqui:
Não é de hoje que possuo vontade de interpretar esse personagem intrigante e cheio de mistérios, desde que conheci o tribal fusion em 2008, mas, apenas em 2014 pude ter a oportunidade de fazer parte de uma coreografia de tribal com a 5A Cia de Dança, percebi que poderia sim, finalmente incorporar o Cisne Negro usando movimentos do ballet fusionados ao tribal, buscando colocar todos os elementos do personagem presente no filme em nossa coreografia.
Foto de divulgação, Lady Wilma 2014.
Inspiração...
Ao assistir o filme, estrelado pela talentosa Natalie Portman, onde mostra o dama de uma bailarina que busca incorporar o Cisne Negro, desencadeando vários problemas psicológicos devido a pressão feita pelo diretor artístico da companhia e sua mãe que incentiva a carreia. Além claro de uma bailarina recém chegada na companhia que possui talento para assumir o papel do Cisne Negro (Odile) com malícia e sensualidade, algo que Nina (Natalie Portman) não possuía, ficando apenas enquadrada no papel do Cisne Branco (Odette) devido sua delicadeza e beleza. Ao tentar interpretar os dois cisnes, Nina cria na sua mente um conflito psicológico que a leva a extremos, confundindo o telespectador se aquela cena realmente aconteceu ou se é apenas fruto da mente da personagem
O filme é um recorte do balé O Lago dos Cisnes, escrito pelo compositor russo Tchaikovsky e estreado em 20 de Fevereiro em 1877, onde conta a história de Odette que foi transformada em Cisne por um feiticeiro e o feitiço só pode ser quebrado com o amor verdadeiro. O príncipe se vendo obrigado pela família a encontrar uma esposa, fica entediado e ganha um novo conjunto de arco e sai para caçar com os amigos, onde encontra o Cisne Branco (Odette). Os dois se apaixonam e o príncipe deseja apresentá-la para sua família, quando o feiticeiro fica sabendo e resolve transformar sua filha nas feições idênticas a Odette. O Cisne Negro (Odile) chega ao baile para seduzir o príncipe, ao perceber que não era sua amada, o príncipe corre atrás para salvar e libertá-la do feitiço. Desde então a história tem sido interpretada por várias companhias de balé em todo mundo.
Eu assisti vários vídeos do ballet Lago dos Cisnes e também o filme várias vezes para captar os mínimos detalhes. O filme me chamou mais atenção pois, fiquei intrigada em tentar entender o que era real e o que não era. Também me senti envolvida pelos problemas psicológicos da personagem, pelos quais, alguns deles já pude ter a sensação de senti-los em outros tempos mais sombrios da minha vida.
Eu assisti vários vídeos do ballet Lago dos Cisnes e também o filme várias vezes para captar os mínimos detalhes. O filme me chamou mais atenção pois, fiquei intrigada em tentar entender o que era real e o que não era. Também me senti envolvida pelos problemas psicológicos da personagem, pelos quais, alguns deles já pude ter a sensação de senti-los em outros tempos mais sombrios da minha vida.
A ideia...
De início, quando queria interpretar o Cisne Negro, pensei em uma coreografia com espadas e um duelo entre os dois cisnes, o Branco e o Negro, falei para a Monique Thompson o que veio em minha mente para o inicio da coreografia, usando passos de ballet, até aquele momento não tínhamos ideia do que estávamos fazendo, estava tudo aleatório, sem uma definição. Até que conversando com a bailarina e professora de Dança do Ventre, Cigano e Flamenco Alecsandra Matias e a professora e bailarina de Tribal Fusion Andrea Monteiro, elas nos indicaram o caminho.
Composição Coreográfica
Ao entender os motivos pelos quais essa coreografia não poderia ser executada com a ideia inicial, eu e Monique passamos um tempo digerindo o ocorrido, passei a procurar na internet vídeos de tribal com o tema O Cisne Negro, e encontrei poucos, também na mesma pesquisa vi coreografias de dança do ventre com o tema Lago dos Cisnes. Mostrei os vídeos da pesquisa para Monique e ela se interessou pela ideia de mesclar ballet e tribal.
A música foi o mais difícil, pois, necessitava de notas com um ar mais dark e ao mesmo tempo, com a sonoridade das notas originais da composição de Tchaikovsky e felizmente encontrei uma versão de Schiller, intitulado Swan Lake (Feat Albrecht Mayer).
Confesso que meu conhecimento de ballet é pouco, pois, passei apenas alguns meses nas aulas aos 8 anos de idade. Usei esse pouco que sabia e assisti também vídeos de posições de braços e pés, postura para relembrar e poder criar a possibilidade de fusões.
Sempre que eu e a Monique nos encontrávamos para ensaiar, tínhamos mais ideias e assim, testávamos para ter certeza que estaria de acordo com os elementos que separamos para compor a história. Também fiz questão de colocar passos da própria coreografia do ballet clássico.
Festival de Dança da 5A, Tatiana Ponce de Leon 2014.
Nossa coreografia possui vários elementos do filme e da própria peça de ballet, esses são:
- Espelhos
- Véu
- Sensualidade
O tribal fusion é uma dança que possui movimentos da dança do ventre, onde infelizmente de forma negativa, é classificada pelas pessoas como uma dança sensual. Usamos alguns movimentos como redondos, ondulações de ventre e braços mas, focando principalmente a nossa interpretação em molduras e o olhar. Já que a Odile tem o objetivo apenas de seduzir o príncipe, buscamos seduzir com beleza o público.
- Sarcasmo
- Ballet
Usamos cambres, quatriemes devant, croise devant, batidas de braços como se fossem asas, pontas. Muito usados no ballet da própria coreografia do Lago dos Cisnes.
Incorporando o personagem
Assim como estávamos usando elementos tanto da peça quanto do filme, eu pessoalmente senti vontade de saber como realmente é a vida de um bailarino dentro de uma companhia de ballet, pesquisei mais em vídeos e foi quando percebi que não é tão fácil assim o dia-a-dia destes profissionais, além de tudo, eles possuem paixão e estudam desde criança.
Ser uma tão sonhada "Prima ballerina", ou seja, a primeira bailarina da companhia, também não é tão fácil e glamouroso como se parece quando as vemos no palco. O filme Cisne Negro retrata bem alguns traços desse mundo.
Foto de divulgação, Lady Wilma 2014.
Para incorporar um personagem é necessário dedicação, sentir na pele ou ter ao menos a noção da vida dele, por isso, aproveitei a aula da saudade do meu curso e me caracterizei do Cisne Negro. Comprei meias, sapatilha de ponta, usei a maquiagem da personagem no filme. Passei a cobrar de mim mesma a perfeição, emagreci um pouco para parecer "ossuda", usei as sapatilhas de ponta para sentir na pele o que as bailarinas profissionais sentem.
Figurino
Essa foi a última parte da nossa coreografia, tínhamos que balancear bem, não colocar coisas demais no que se referisse ao Ballet, tomando o mesmo cuidado com os elementos do tribal, evitando que um estilo se destacasse mais que outro. Além do mais, o figurino deve favorecer os movimentos da coreografia, por isso ele é o último da lista.
No cabelo foi usado um coque que tanto se refere ao tribal como ao ballet, uma flor na cor preto e uma pequena coroa de strass, que é comum ao próprio personagem. Nossa maquiagem representa a Nina do filme Cisne Negro assim como também o véu nos olhos. O sutiã preto em malha cirré, estilo couro de cobra, com moedas para representar o tribal e as penas do lado direito em meu figurnio e do lado esquerdo para o figurino da Monique (a ideia do espelho). A saia de tule não poderia faltar, também na cor preto com penas nas laterais. A meia estilo arrastão e sapatilhas de meia ponta.
Foto de divulgação, 2015.
Agradecimentos
Essa foi uma experiencia inesquecível para mim, agradeço profundamente as professoras e bailarinas Alecsandra Matias, Andrea Monteiro e Hellen Labrinos Vlattas por todas as dicas e correções, não só nos nossos movimentos como também no nosso figurino, sem vocês não seríamos perfeitas.
Agradeço também a Monique Thompson que teve dedicação e paixão pela coreografia e aceitar compartilhar minhas loucuras, sem ela não teria conseguido montar esse mundo e realizar meu sonho.
Agradeço também ao Maurício Vicente pelas imagens feitas para divulgação e composição do realese desta coreografia. Para quem não assistiu, veja aqui. Também ao DjAC e a Patrícia Brasileiro pelas imagens que deram vida ao registro da coreografia que encontra-se no início deste post.
Entender que não se trabalha sozinho é fundamental, toda coreografia embora ela leve na maioria das vezes a palavra "solo", mas, sempre tem alguém por trás nos auxiliando, seja em palavras ou em apoio moral, puxões de orelha. Lembrar e respeitar essas pessoas, principalmente aqueles que possuem longa estrada na área representa humildade e conhecimento a mais.
Obrigada também aos não menos importante, os meus leitores, pois, vocês são o motivo de tanta dedicação para escrever.
Agradeço também a Monique Thompson que teve dedicação e paixão pela coreografia e aceitar compartilhar minhas loucuras, sem ela não teria conseguido montar esse mundo e realizar meu sonho.
Agradeço também ao Maurício Vicente pelas imagens feitas para divulgação e composição do realese desta coreografia. Para quem não assistiu, veja aqui. Também ao DjAC e a Patrícia Brasileiro pelas imagens que deram vida ao registro da coreografia que encontra-se no início deste post.
Entender que não se trabalha sozinho é fundamental, toda coreografia embora ela leve na maioria das vezes a palavra "solo", mas, sempre tem alguém por trás nos auxiliando, seja em palavras ou em apoio moral, puxões de orelha. Lembrar e respeitar essas pessoas, principalmente aqueles que possuem longa estrada na área representa humildade e conhecimento a mais.
Obrigada também aos não menos importante, os meus leitores, pois, vocês são o motivo de tanta dedicação para escrever.
Baile Afro no Atelier Elioenai Gomes, foto de Patrícia Brasileiro 2015.
Até a próxima.
Bloody Kisses de Lady Wilma.
