sexta-feira, 20 de julho de 2018

Depressão VS Chester Bennington (Linkin Park)

Olá caros seguidores,

Sim amores, queria muito ter escrito este post o ano passado, mas, infelizmente pessoas de forma arrogante passaram a fazer piadas e comentários maldosos à respeito do assunto, claro que teve mais fãs lamentando. Mas, pra evitar que viessem aqui escrevendo comentário do tipo: "- Ele tinha tudo na vida, não tinha motivos pra se matar"; "- Se matou porque era um viciado e o fim de todo viciado é a prisão ou a morte.".

Linkin Park


É difícil falar sobre esse assunto, ainda mais quando hoje dia 20 de Julho de 2018 completa 1 ano dessa chocante notícia, já não bastasse dois meses antes perdermos o Chris Cornell, tivemos que em pouco tempo resistir à dor da perda desse homem que com sua voz, me trouxe à vida. Não pretendo falar de sua trajetória na música, a mídia está cheia de posts e artigos falando detalhadamente sobre então, basta pesquisar e poderás encontrar tudo à respeito. Vou falar sobre a relação dos meus problemas de depressão e como a voz do Chester me fez desistir de pensar em suicídio novamente. 

Desde minha infância sempre tive inclinação à gostar de rock, talvez por influência do meu irmão já que ele escutava rádio todas as manhãs malhando no meio da sala, o que também me fez gostar de artes marciais e filmes de ação. Mas também, quando ia pra casa da minha prima assistia algumas poucas cenas de Entrevista com Vampiro e na adolescência com televisão no meu quarto assistia O Corvo e Rainha dos Condenados (meus preferidos) e claro, as trilhas sonoras desses filmes em encantavam. 

Mas foi em novembro de 2003 com 13 anos, depois de passar desde a infância até início da minha adolescência sofrendo com bullying na escola por ser à cima do peso, sofrendo com anorexia e ansiedade, tentando ao menos fazer parte de um grupo, cansada daquela perseguição diária sem ninguém que acreditasse em mim ou ao menos uma palava de conforto, alguma ação que pudesse fazer aquele grupo de meninas pararem de me machucar psicologicamente e fisicamente. 

Comecei a aceitar o fato de que não valia a pena mais viver, sim, por muitas noites eu chorei achando que o problema era em mim e não nas pessoas que me faziam mal. Embora tenha pedido ajuda à minha mãe ela também não compreendia o que era Bullying e considerava brincadeira de criança, mas, pra mim com 13 anos não era mais brincadeira e estava me colocando pra baixo, esgotando todas as minhas possibilidades de tentativas que fiz pra ser aceita, estava desistindo de tudo.

A morte parece ser uma amiga nessas horas, ela começa a rondar você te convidando e claro, na fragilidade do ser, com o coração desesperado parece ser uma ideia maravilhosa e extremamente reconfortante, era o que precisava para sair daquela angustia. Ela me mostrava as várias maneiras de tirar minha própria vida (só não contarei aqui quais para não incentivar quem está passando pela mesma situação), mas, pensei na primeira e busquei uma forma de realmente acontecer e acabei desistindo. A segunda estava começando a colocar em prática, tinha feito até um teste pra ter certeza que teria coragem, foi quando sentei no sofá da sala ainda sob êxtase, aproveitando meus últimos suspiros e pensando no quanto aquilo iria me fazer bem, como iria colocar fim à todo meu sofrimento, do nada escutei as primeiras notas da música Numb do Linkin Park (última faixa do disco Meteora)

Imagens do clip Numb.

Naquele momento entrei em outro tipo de êxtase, não sabia o que significava a letra daquela música, mas, as imagens da garota do clip me fez desistir do que estava fazendo, porque simplesmente encontrei alguém que me entendia. A voz do Chester ao mesmo tempo suave, limpa e calmamente convidativa, pareciam abraçar-me sussurrando no meu ouvido dizendo que ia ficar tudo bem e logo iria passar, e ao mesmo tempo seu gutural parecia colocar pra fora tudo que estava guardado dentro de mim (mágoas, angustias, frustrações). 

Desse dia em diante fiquei com essas imagens do clip na cabeça, eu me via no lugar daquela garota do vídeo, era reconfortante saber que não era única. Foi ai que comecei a procurar de qualquer maneira uma forma de ouvir novamente aquela música, comprei pilhas e coloquei no meu walkman sports (das antigas esse, na cor amarelo com azul) e fiquei procurando a música na rádio, era meu up. Depois disso falei com uma vizinha que gostava da banda e para minha surpresa ela tinha o CD Meteora e me emprestou por uma semana, cada música que escutava parecia falar um pouco mais de mim, principalmente From the Inside e Easier to Run.

Virei fã da banda sim, tinha que escutar todos os dias para me sentir bem. Mesmo na época não sabendo o que as letras significavam. Em 2004 voltei pra escola com outra cabeça, atitude e roupa, assumindo que era "roqueira", fez com que o grupinho de meninas parassem de me incomodar, pois, era amiga de um garoto novo na sala "roqueiro* e ele me apresentou outras bandas como : Metallica, System of a Down, Led Zeppelin, entre outras. 

Bem, minha história não parou por aí pessoal, só eu sei o que tudo isso me causou desde essa época até os dias de hoje. A quantidade de antidepressivos e tarja preta pra dormir e relaxar, meus ataques de ansiedade, anorexia que me fizeram emagrecer rapidamente em  mais duas crises em 2005 e 2008. Também comer desenfreadamente nos intervalos em que fazia o tratamento, melhorava sim algumas coisas, mesmo ficando "grogue", quando o efeito passava aquelas sensações de medo, frustração, angustia, as imagens do bullying, o medo de comer,  crises do pânico com medo de passar mal quando sair de casa, sensação de sufocamento, como se o coração fosse parar de vez vinham à tona. Quantas noites eu acordei meus pais passando mal, quantos exames eu fiz e minha saúde perfeita, quantas oportunidades eu deixei passar por falta de autoconfiança, já indo fazer as coisas sabendo que não ia dar certo, que não merecia ser feliz. Quantas manhãs acordei pensando na quantidade de coisas que tinha pra fazer mas, sem coragem de levantar, de correr atrás, você quer e sabe que tem que fazer mas não consegue.

Acham pouco? Simplesmente faz 10 anos que tenho acompanhamento com psicóloga e 8 anos que decidi parar com os antidepressivos. Mesmo assim, as vezes essas coisas voltam a me assombrar e você se pergunta: "- Mas ela tem tudo, não faz sentido ter isso, tanta gente no hospital pior que isso.". Ter tudo não faz diferença pra depressão, assim como também a quantidade de pessoas morrendo nos hospitais, pois depressão é uma doença silenciosa que consome e assombra você pro resto da vida. Hoje minha válvula de escape é a dança, artesanato e o canto, na época da minha adolescência era escrever diários, letras de músicas e poesias que falavam de tudo que eu passava, já que não havia ninguém pra acreditar em mim, então colocava tudo no papel, minha forma de desabafar.

O mais engraçado é que tem gente banalizando a depressão, quando não é assim confundi com tristeza. Os mais religiosos dizem ser falta de Deus, os que não entendem e nem procuram saber dizem ser "safadeza" que quer "chamar atenção". Sim, queremos atenção, atenção para que parem de nos ignorar e começarem a tratar a depressão como uma doença gravíssima na qual precisa de tratamento urgente.  

Linkin Park Live in Texas

"Chester, você foi minha inspiração, as letras do Linkin Park fizeram perceber que não estava sozinha nessa e você também não estava, sua voz me fez tentar lutar até hoje contra minha própria mente, suicídio não foi ato de covardia e sim de muita coragem, nem todos conseguem fazer o que você fez, colocar fim ao sofrimento, a angustia diária. Todos os dias acordamos mentindo pra nós mesmos, fingindo acreditar que tá tudo bem e que tudo vai dá certo naquele dia. Nós sabemos o quanto é difícil esquecer, controlar os pensamentos ruins, só que eles aparecem do nada e por um momento de distração já estamos em plena agonia, pedindo socorro silenciosamente, gritando por dentro sem que ninguém consiga ouvir. De qualquer forma aprendemos a guardar certas coisas pra não fazer quem amamos sofrer. Meu primeiro piercing coloquei inspirada em você, sua voz inconfundível até hoje me arrepia, ela expressa tudo que eu queria gritar pro mundo. Agora só posso ouvi-la através de vídeos da internet, pois, minha esperança de um show ao vivo se foi. Espero ter capacidade pra expressar todo sentimento que sua voz inspira em mim na próxima coreografia que vou dançar em sua homagem. Se houver um outro lado, quero poder encontrar você, dar o abraço que senti com sua voz na música Numb e dizer: "- Agora está tudo bem."."

Descanse em Paz.


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sábado, 14 de julho de 2018

O que está acontecendo com a cena gótica?

Olá caros leitores,

Acredito que seja o primeiro post no blog que venho falar sobre o assunto "Cena Gótica", isso mesmo, tenho percebido uma fragmentação dentro de uma cultura que já é pequena no nosso país e cada vez mais vem se tornando frágil.

Devo admitir que só posso falar daquilo no qual meus olhos alcançam e sei o quanto é difícil idealizar encontros, eventos e entre outros com a finalidade de reunir seguidores da área no mesmo ambiente em forma de confraternização, para trocar ideias e possivelmente discutir formas de expandir horizontes. 

Poucos são os locais que abrem suas portas aceitando parcerias, assim como também organizadores realmente empenhados em assumir responsabilidades e as vezes até gastos do próprio bolso na busca de trazer o diferencial e aproximar cada vez mais o público fiel dos artistas que admiram. Também não posso deixar de citar a valorização dos artistas locais dentro da cena como: bailarinos, poetas, declamadores, atores, roteiristas, pintores, escritores, músicos, entre outros; convidados à contribuir com sua arte para a cena.

João Pessoa-PB é uma cidade capital pequena para cultura, apenas alguns conseguem subsídios de editais da prefeitura para fazer eventos com valores acessíveis e mesmo assim, nem sempre a casa não consegue se quer ocupar 50% da sua capacidade. Digo isso dos artistas da própria cidade, mas, se falar dos famosos que vivem diariamente na mídia os ingressos esgotam -se em poucas semanas, dias ou horas. Não é qualquer proposta que é contemplada nos editais, devo admitir que a famosa "panelinha" existe.

Mas enfim, o que está acontecendo com a cena gótica? Não sei como é nos outros estados do Norte, Centro-Oste, Sul e Sudeste. No Nordeste somos poucos e como em todo e qualquer ambiente, nem todos pensam da mesma forma, as divergências ocorrem e a fragmentação acontece, quem mais perde é a própria cena. Já ouvi dizer também que isso é bom, pois, as pessoas tem mais opções e eu realmente concordo, mas, em uma cena com tão poucos participantes uma hora as cinzas podem desistir de virar fênix e todos perdem igualmente.

Gostaria de colocar um pouco da minha visão não sobre os organizadores pois estes já fazem o possível e o impossível para manter a chama dessa vela acessa, nem muito menos dos artistas, músicos, convidados em geral já que na maioria das vezes dispensam o seu cachê e doam sua arte. Mas foco principalmente nos participantes onde vejo pontos que preciso destacar e esses na minha opinião são uma das causas que mais têm contribuído para atual situação da nossa cena.

Os eventos, encontros, shows são organizados pensando no que o público anseia, existem aqueles participantes que apoiam fielmente, divulgam, compartilham, chamam os amigos, organizam caravanas, separam o dinheiro para entrada (quando há), vestimenta, transporte, etc. Mas, também tem aqueles que:

  • Não participa, as vezes nem comparece e usa as mídias socais para criticar;
  • Quando comparece as vezes nem entra no evento, fica de fora e depois vai criticar do mesmo jeito desta vez com o propósito que foi pra curtir e se arrependeu;
  • Para aqueles que participam e depois coloca defeito em um som, apresentação, ou qualquer contra-tempo que possa ocorrer, não valoriza os esforços feito para contornar a situação e claro, que sempre pode acontecer. O pior é quando joga nas redes sociais, dando a entender que o evento foi um fiasco.
  • Hoje a preocupação maior é mais com o que vai vestir, o coturno da moda, em tirar muitas fotos pra mostrar o look da Night. Sim, a roupa é uma representação da cultura, também gosto de caprichar pra sair, mas, se caso não houver como, não me importo de sair mais simples, o importante é curtir com os amigos e apoiar quem faz a cena;
  • Muito "leva e traz", sim eu sei que tem em todo lugar, no caso da nossa cena a falta de diálogo entre as partes envolvidas está causando cada vez mais esse efeito do leva e traz, desfazendo amizades, destruindo muitas vezes parcerias, gostaria de saber das pessoas o que se ganha com isso?
  • Desvalorizam os artistas, músicos, djs usando piadas para publicar nas redes sociais, dando a entender que o evento foi um tédio ou que parte dele com tal atração foi.
Tá faltando união, diálogo e consciência que os maiores prejudicados são quem participa da cena, pois, aos poucos o número de eventos e organizadores interessados vão desaparecendo. Vamos procurar fazer o que os eventos foram propostos para fazerem, divertir vocês, unir, trocar ideias e principalmente manter acesa a chama da nossa cultura tão pouco compreendida para quem vê de fora.

Espero que não levem para o lado pessoal, apenas tentei expressar minha opinião, estou aberta à comentários construtivos, se você participa da cena nos outros estados do Brasil conta aqui pra mim como é, as dificuldades, parcerias, etc.

Vamos valorizar o que é nosso.

Até a próxima.
Bloody Kisses de Lady Wilma.





quarta-feira, 11 de julho de 2018

Revista Tribalizando

Olá caros seguidores,

Venho com este post exclusivo no meio da semana pra conta uma super novidade.
Está no ar a 4ª edição da Revista Tribalizando. Sim amores, essa é a primeira revista no Brasil voltada para a Dança Tribal, com sua primeira edição lançada em 2016. E quer saber mais? É gratuita, semestral, online e em duas versões: português e inglês, ou seja, basta você baixar e ler à vontade.

O objetivo é reunir amantes, admiradores, estudantes e profissionais da dança tribal em um local democrático, sim porque não só profissionais publicam, eu mesma já publiquei na terceira edição sobre a coregrafia Introspecção. E já mandei mais material para as próximas edições. Além também tem entrevistas, artigos, divulgação de eventos, entre outros. Para publicar matérias ou textos é necessário solicitar o edital pelo e-mail: revista.tribalizando@gmail.com

A revista foi idealizada pelas bailarinas: Gilmara Cruz profissional de dança residente da cidade de Curitiba-PR, historiadora, pesquisadora, professora, coreógrafa e bailarina de Tribal Fusion, também é qualificada em Dança pela FUNCEB, membro do Conselho Internacional de Dança CID. E Hellen Labrinos Vlattas, profissional de dança residente na Grécia, bacharel em Direito e Pós-Graduada em Ciências Criminais ambos pela Unipê, advogada, membro da Ordem dos Advogados do Brasil, Paraíba; Vice-presidente da Seção do Conselho Internacional de Dança, situada em Campinas-SP (CID UNESCO).

Pessoalmente tive o prazer de conhecer a Hellen em 2014, onde seu olhar artístico e profissional fez a diferença na coreografia Duo Cisne Negro com a Monique Thompson. Em 2017 tive a oportunidade de revê-la e mais uma vez, como poucas profissionais do nível dela, seus toques trouxeram vida para a minha coreografia da dança da Peneira de Tribal Brasil apresentada na Caravana Tribal Nordeste em João Pessoa no ano de 2017 e no Festival de Dança da Estação Cabo Branco na edição em comemoração ao dia internacional da dança esse ano. 

Quer saber mais sobre a revista?
Acesse os links abaixo:


Baixe todas as edições aqui e leia agora mesmo:

Edição 1


Edição 2:


Edição 3:


Edição 4:


Espero que tenham gostado.
Até a próxima.
Bloody Kisses de Lady Wilma.